Publicada há 13 anos, uma entrevista de Miley Cyrus à revista alemã Bravo trouxe à tona críticas e acusações de anorexia que a artista enfrentava na época. Então com 19 anos, a cantora e atriz respondia a comentários sobre seu emagrecimento, que muitos atribuíram a uma possível doença ou transtorno alimentar. Miley, no entanto, foi categórica ao afirmar que a transformação se devia apenas a uma nova rotina alimentar.
“Estou mais saudável do que nunca”, disse à revista. “Não sou anoréxica nem tenho problemas psicológicos ou corto os pulsos. Estou saudável e com um ótimo humor!”
Na época, a artista havia sido diagnosticada com intolerância ao glúten e relatou ter substituído grande parte de sua alimentação. O cardápio passou a incluir peixe, frango, saladas, frutas, e, ocasionalmente, carne vermelha e pão sem glúten. Frituras foram eliminadas: Miley afirmou consumir apenas alimentos assados ou cozidos.
Em sua defesa nas redes sociais, ela reforçou o diagnóstico e rebateu especulações nas redes: “Para aqueles que me chamam de anoréxica, eu sou alérgica ao glúten e à lactose. Não se trata de peso, mas de saúde. De qualquer maneira, o glúten é besteira. Todo mundo deveria ficar uma semana sem ingeri-lo. A mudança na pele, na saúde física e mental é surpreendente. Você não vai voltar a consumir.”
Anos depois, Miley voltou a comentar sua alimentação no The Joe Rogan Experience, em conversa transcrita pelo site The Things. A artista contou ter adotado a dieta pescetariana - semelhante ao vegetarianismo, mas com o consumo de peixes. Ela explicou que a alteração veio após perceber impactos negativos em sua saúde: “Tive de introduzir peixe e ômegas em minha vida porque meu cérebro não funcionava direito".
A cantora relatou também dores intensas nos quadris, que, segundo ela, teriam relação com um quadro de desnutrição. Antes da mudança, Miley afirmou ter se sentido sem energia durante uma performance no festival de Glastonbury. O retorno ao consumo de peixe, porém, não foi simples: ela revelou ter chorado ao comer o primeiro, por considerá-lo um animal inteligente - motivo que a havia levado ao veganismo.
Nos anos seguintes, estudos divulgados pela BBC apontaram que dietas veganas podem carecer de nutrientes essenciais ao funcionamento do cérebro, como o ferro heme, presente apenas em proteínas animais e de absorção facilitada pelo organismo. Deficiências de vitaminas, ômega-3, selênio, ácido fólico e iodo também podem ocorrer em dietas muito restritas, caso não haja acompanhamento nutricional adequado.